Somos todos traumatizados!

Somos todos traumatizados!

O que é Trauma?
(Transcrição de partes de conteúdos de vídeos de Bessel van der Kolk(*), disponíveis no Youtube)

A coisa mais importante a saber é que há uma diferença entre trauma e estresse. Todos nós temos trabalhos e situações que são realmente desagradáveis. Mas no momento em que uma situação acaba, acabou. O problema do trauma, diferente do estresse, é que, quando acaba, seu corpo continua a vivenciá-lo.

Na definição original do que se entendia sobre o trauma, concluiu-se que se tratava da exposição da pessoa a eventos extraordinários, fora da experiência humana normal. Depois descobriu-se que de forma alguma era apenas isto. Ao contrário do que se pensava, o trauma é extremamente comum.

Pelo menos uma em cada oito crianças na América testemunha violência física entre os seus pais. Um número maior de crianças é espancado com muita força por seus próprios cuidadores. Um número muito grande de pessoas em geral, mas as mulheres em particular, têm experiências sexuais que foram claramente indesejadas e que as deixaram confusas e enraivecidas.

Basicamente, trauma é algo que acontece com você que o deixa tão transtornado que o oprime. E não há nada que você possa fazer para evitar o inevitável. Você basicamente desaba em um estado de confusão, talvez raiva, porque você é incapaz de funcionar diante dessa ameaça específica.

Mas o trauma não é o evento que acontece, o trauma é como você reage a ele. Um dos maiores fatores atenuantes para você não se traumatizar é quem está ao seu lado naquele momento específico. Quando criança se você é mordido por um cachorro, é realmente muito assustador e desagradável. A parte animal primitiva, instintiva do cérebro humano reage de maneira automática, no sentido de proteger nossa sobrevivência. Entretanto, se naquele momento seus pais pegarem você e disserem, "oh, vejo que você está muito mal, deixe-me ajudá-lo". A mordida de cachorro não se torna um grande problema porque a base de sua segurança não foi destruída.

O trauma é uma experiência subjetiva e o que pode ser traumático para você pode não ser para mim, dependendo da nossa personalidade e das nossas experiências anteriores. Uma das coisas que impacta esta experiência é o tipo de apego que desenvolvemos na infância. Se você ainda não leu sobre os estilos de apego e a maneira como nos relacionamos, visite a página que trata deste assunto aqui no site

O problema do trauma é que ele começa com algo que acontece conosco, mas não para por aí, porque muda o cérebro. Grande parte da marca do trauma é a parte de sobrevivência muito primitiva do seu cérebro que capta o que é perigoso e o que é seguro. E quando você está traumatizado, aquela pequena parte do seu cérebro, que costuma estar bem quietinha, continua mandando mensagens: "Eu estou em perigo". "Eu não estou seguro". Aquele evento em si acabou e você não é mais uma criança indefesa e já tem recursos para se defender sozinho, mas você continua a reagir às coisas como se estivesse em perigo. Seu cérebro não distingue entre o que aconteceu lá atrás do que está acontecendo naquele momento.

Estamos falando de sobrevivência. Estamos falando de permanecer vivo. E assim, algumas pessoas entram em "luta-fuga". Ou, em um nível mais primitivo, o cérebro das pessoas desliga e elas entram em colapso.

Essas respostas automáticas não são um produto de suas avaliações cognitivas, são produtos de seu cérebro animal tentando se manter vivo diante de algo que essa parte de seu cérebro interpreta como uma ameaça à vida. E o problema torna-se então que você não é capaz de se engajar socialmente, ou a aprender, ou a ver o ponto de vista de outras pessoas, ou coordenar seus sentimentos com seu pensamento.

Pessoas traumatizadas têm um tremendo problema em sentir prazer e alegria. Mas a questão central são nossos hormônios e nossos impulsos fisiológicos que têm a ver com a sobrevivência. Seu corpo continua se mobilizando para lutar. Você tem todo tipo de anormalidades imunológicas e endócrinas e isso realmente devasta sua saúde física também. Muitas vezes, os problemas físicos são mais duradouros do que os problemas mentais.

O senso de comunidade e de as pessoas estarem presentes umas para as outras é uma parte crítica da sobrevivência e do crescimento saudável.


6 maneiras de curar traumas sem medicação
A natureza do trauma é que algo acontece com você, seu cérebro de sobrevivência faz a primeira interpretação e diz: isso é perigoso ou é seguro? Então é muito importante estar realmente atento que essas reações emanam para o seu corpo. E assim, o grande desafio em tratar o trauma é como ajudarmos as pessoas a viverem em corpos que se sintam fundamentalmente seguros.

Psicoterapia
Uma psicoterapia muito boa é, na verdade, bastante útil. Não para consertar as pessoas, mas para ajudar as pessoas a reconhecerem "Oh meu Deus, foi terrível o que aconteceu comigo. Preciso cuidar das feridas que carrego dentro de mim". Essa questão de autocompaixão e realmente saber que suas reações são compreensíveis é uma parte muito importante para começar a se recuperar do trauma.

EMDR (Desensibilização e Reprocessamento por Movimento Ocular)
Na técnica do EMDR pede-se às pessoas para evocarem a memória do que elas viram naquela época, o que sentiu naquele momento. E então pede-se às pessoas que sigam os dedos do terapeuta enquanto move os olhos de um lado para o outro. Balançar os dedos à frente dos olhos das pessoas enquanto elas pensam no trauma faz com que mudem os circuitos do cérebro para interpretar sua realidade atual de um ângulo diferente fazendo com que o trauma desapareça.

Ioga
Talvez se você fizer ioga, possa abrir seu relacionamento para com seu corpo. Você aprende a respirar com calma, aprende a prestar atenção em si mesmo, consegue ver como diferentes movimentos e diferentes posturas afetam você. E assim você forma um relacionamento profundo com seu sistema sensorial interno. A ioga, afinal, pode ser um tratamento mais eficaz para o trauma do que qualquer outra das drogas já estudadas.

Teatro e movimento
Constatou-se que desempenhar papéis diferentes em seu corpo ajuda você a sentir que seu corpo pode sentir diferentemente, dependendo de como você organiza seu relacionamento com si mesmo. Sentir-se no corpo de um rei, de um guerreiro, por exemplo, faz você ter uma experiência profunda de si mesmo em diferentes possibilidades.

Neurofeedback
Técnica onde se coloca eletrodos em seu crânio para que, quando você provocar ondas cerebrais que o ajudem a ficar calmo e focado, você receba uma pequena recompensa, ajuda a moldar seu cérebro para obter uma configuração diferente e estar aberto a novas experiências.

Ecstasy
Por último, pesquisadores obtiveram permissão para fazer estudos com o uso de substâncias psicodélicas, como o Ecstasy na abordagem ao trauma em diferentes locais nos EUA, em Israel, no Canadá. Depois de toda a preparação, o paciente passa um dia inteiro tomando Ecstasy enquanto fica deitado em uma cama com dois terapeutas em seu quarto por oito horas. Nessa experiência, as pessoas são capazes de ir a lugares que elas nunca se sentiram seguras para ir. Elas vêem as coisas horríveis que lhes aconteceram. Mas a medicação permite que as pessoas se vejam com compaixão e em vez de se culparem, elas podem dizer, "Sim, isso aconteceu comigo, mas acabou!".

Cada um com seu cada qual ...
Nas palavras de Bessel van der Kolk, "parte do que me manteve tão ocupado todos esses anos é como podemos encontrar um tratamento que permita que o senso básico de imperfeição e auto-aversão seja controlado. Mas o que é importante aqui é que uma solução não serve para todos. Pessoas diferentes precisam de coisas muito diferentes. O que funcionou para o meu último paciente pode muito bem não funcionar para você. Tudo é um experimento na vida. E a cura para o trauma é um experimento.”

(*)Bessel van der Kolk, Médico Psiquiatra pela Massachusetts Mental Health Center/Harvard, fundador e Diretor Médico e de Pesquisa da Trauma Research Foundation, Professor de Psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade de Boston. Possui extensa carreira estudando como as crianças e adultos se adaptam a experiências traumáticas e é responsável por descobertas emergentes da neurociência e da pesquisa sobre apego para desenvolver e estudar uma série de tratamentos para estresse traumático em crianças e adultos - www.besselvanderkolk.com

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